Um dia em Pedras Grandes – SC
Olá!
Enquanto estamos morando em Tubarão (que fica no sul de Santa Catarina), estamos aproveitando o tempo livre para conhecer a região. Pegamos as bicicletas disponíveis para conhecer, primeiro, a área rural de Tubarão. Assim, enquanto praticamos algum exercício físico, exercitamos também nossa vontade de ver lugares novos.
Depois de algumas semanas rodando pela cidade (e fortalecendo as pernas) decidimos que era hora de ir um pouco mais longe e fomos até a cidade de Pedras Grandes, cerca de 25 km de Tubarão.
A cidade é considerada, junto com Urussanga, o berço da colonização italiana no sul de Santa Catarina. E isso é bem verdade: os antepassados de Rafael saíram do norte da Itália e chegaram em Pedras Grandes (no bairro de Azambuja para ser mais exata) em 1877 junto com outras famílias italianas. Possivelmente, se fôssemos atrás da família Bressan na cidade, encontraríamos alguns parentes de 2º ou 3º grau. A emancipação da cidade, no entanto, só aconteceu em 1961.
Pois bem, vamos mostrar nossa experiência indo de bike de Tubarão a Pedras Grandes e passando o dia por lá. 🙂
Preparamos as coisas na noite anterior, acordamos cedo e às 06:30 saímos de casa, no Centro de Tubarão, com destino a Pedras Grandes. O dia estava praticamente sem nuvens e nossa esperança de uma manhã nublada para ajudar a nos proteger do sol estava indo pelo ralo. Mas foi só começar a sair de Tubarão que a coisa mudou e entramos numa neblina forte que só saiu depois que já estávamos no nosso destino final, por volta das 8:15. Olha só como ficou:
Por conta da neblina forte, vimos muito pouco da paisagem no caminho, mas foi uma excelente ajuda e ficamos muito gratos por isso. 😀
Muito bem, chegamos a Pedras Grandes por volta das 8:15 como dissemos antes, e demos uma parada na praça da cidade para comer nosso café da manhã. Aos poucos o sol foi ficando forte e antes mesmo de terminarmos de comer nossos sandubas, o céu já estava azul novamente. Aqui vão algumas fotos da igreja matriz da cidade e da pracinha.
Depois disso, fomos até o cartório da cidade para o Rafael ver algumas informações. O município é bem pequeno (no último censo tinha menos de 4.500 habitantes) e só tem um cartório. A rua principal é asfaltada, limpa e bem bonitinha.
Nessa última foto, do lado direito, é possível ver uma construção fechada por tapumes. Trata-se da antiga estação da FTC – Ferrovia Thereza Cristina, que atualmente é um museu da imigração italiana, porém estava em reforma quando fomos e por isso estava fechada.
A cidade é cortada pelo rio Pedras Grandes, que passa bem no meio da principal avenida.
Perguntamos para alguns moradores da cidade onde poderíamos encontrar uma cachoeira para tomar um banho, já que na internet havia escrito que por perto da cidade haviam algumas (a saber: cachoeiras Fornazza, Felippe, Salto dos Machados e Rio Coral). Fomos na direção da cachoeira Rio Coral (conforme nos disseram), na direção norte (no sentido de quem chega na cidade vindo de Tubarão, é indo para o lado direito). Começamos a ir perto das 10h (o sol já está bem ruim de quente). Em um dado momento, no começo da jornada, a estrada se bifurca e nós pegamos pelo lado direito (acho que era para ir para o lado esquerdo!). Essa escolha fez total diferença no resultado de nosso caminho. O mapa abaixo mostra exatamente onde isso acontece:
Depois dessa bifurcação o negócio ficou feio pro nosso lado. Foram incontáveis subidas íngremes, em alguns momentos com plantas cobrindo e em outros com um belo sol na cabeça. Eu (Gabi) fiquei bem mal e precisei parar várias vezes. No fim, não estávamos tão preparados assim.
Numa parte do caminho encontramos uma frutinha que deve ser parente da framboesa (mas provavelmente não era). Se você sabe do que se trata, comenta abaixo! 😉
Com muito (e bote muito aí) esforço conseguimos chegar ao topo do morro e de lá a vista era essa:
Segundo o aplicativo que usamos para gravar nossos exercícios, chegamos a 311m de altura!
Bom, como disse antes, nosso objetivo era chegar em uma cachoeira – e essa cachoeira nunca chegava. Quando alcançamos o topo, Rafa disse acreditar que a partir dali seria só descer e encontrar essa bendita cachú. Andamos um pouquinho e encontramos dois homens trabalhando numa plantação. Perguntamos se estávamos perto da cachoeira e eles disseram que não havia nenhuma por ali (!) e que dali pra frente ainda teria uns 6km de subidas e descidas até chegar na cidade de novo (!!!). Desistimos de seguir em frente e voltamos pelo mesmo caminho que viemos. Ou seja, subimos tudo aquilo para nada! Pelo menos a descida foi bem mais rápida e tranquila.
Lá embaixo, suados e cansados, perguntamos para uma senhorinha que mora no pé do morro (e a quem demos bom dia antes de subir) se ela sabia aonde tinha uma cachoeira e ela nos disse para ir ao outro lado da cidade, sentido Azambuja (sul). Aproveitamos para pedir um pouco d’água porque as nossas garrafas d’água já estavam vazias praticamente.
Dali partimos para almoçar, pois já era umas 11:30. Seguimos a dica do mesmo pessoal que nos indicou a cilada anterior para ir almoçar num restaurante pouco antes de chegar na cidade. Felizmente essa dica deu certo. Ainda estacionando as bikes e botando o cadeado um senhor simpático saiu e nos cumprimentou, nos convidando para entrar e comer. Era o dono, de apelido Alemão.
Lavamos o rosto no banheiro (um alívio!), entramos e vimos que o local é bem organizado e tem ar-condicionado. Do lado de fora existem dois açudes pequenos que soubemos ser para pesque-pague. Antes de nos servimos no buffet perguntamos se havia como pagar no cartão de crédito. A também super simpática senhora que estava na balança (acreditamos ser esposa do Alemão) nos disse que não, mas que não nos preocupássemos, pois se não pudéssemos pagar no momento, poderíamos deixar a conta ali para pagar outro dia, quando fôssemos até a cidade novamente. Uma atitude inesperada e maravilhosa! Almoçamos e vimos o local ficar bem cheio e só havia o Alemão e esposa fazendo tudo por lá, ela atrás do balcão e ele no salão na maior parte do tempo. Apesar da correria, ambos não tiravam o sorriso do rosto e a simpatia. Depois do almoço, enquanto descansávamos, Alemão nos ofereceu a senha do wi-fi sem pedirmos e também perguntou se não gostaríamos de repetir a sobremesa sem custos (a primeira vez era grátis mas depois teria que pagar). Passamos duas horas lá dentro e a todo momento nos sentimos confortáveis e super bem atendidos. Pagamos a conta fazendo uma transferência para eles, apesar de eles insistirem para que nós pagássemos um outro dia. Batemos um papo com o Alemão e ele nos indicou como chegar numa cachoeira pro lado sul da cidade. Nos preparamos e 13:30 partimos de lá. Ah, aí vai uma foto do restaurante do Alemão (restaurante BiBi) para você almoçar caso vá a Pedras Grandes!
Estava quente, muito quente mesmo quando começamos a pedalar em direção ao oásis, digo, à cachoeira que o Alemão nos indicou. Fomos no sentido sul, ou seja, para trás da igreja matriz, na estrada que dá em Azambuja. A maior parte da estrada era de paralelepípedo ou chão batido, o que nos causou muita tremedeira (principalmente para mim, Gabi, que tenho uma bicicleta meio furreca, que não é de marcha e nem tem amortecedor). Uma coisa é certa, por onde passamos onde não era asfalto, as pessoas souberam que passamos por lá porque fizemos muito barulho, rs.
O Alemão nos disse que até chegar à cachoeira, levaríamos cerca de 6km. Nós estávamos andando a muito tempo, entre muitas subidas (mas não tão íngremes quanto as da manhã) e muita poeira. Paramos alguns carros pra pedir informação e perguntamos a alguns moradores que encontrávamos, alguns diziam que faltavam mais 6km (!) e outros que era mais 1km pela frente (que nunca chegava). Pelo menos no percurso encontramos belezas como essas:
Finalmente chegamos ao destino final. Não existe nenhuma placa que indique que ele está lá, só descobrimos por conta das indicações das pessoas mesmo. Mas para que você, que está lendo e querendo ir para lá, não passe perrengue, aqui vai no Google maps como chegar lá a partir do centro de Pedras Grandes: (clique aqui ou veja no mapa abaixo)
Basicamente é isso: você tem que seguir a estrada que dá em Azambuja “toda a vida” (como dizem os sulistas), então passa por uma plantação de mandioca, do lado direito da estrada é possível ver umas coberturas tipo galpão para a plantação, mais a frente tem uma ladeira, daí você sobe ela e vai olhando para o lado direito, onde vai ser possível ver uma descida bem íngreme que dá no local. Essa descida fica entre duas placas que indicam velocidade e curva à frente (se não me engano). A descida é assim:
Finalmente chegamos à água! Não era uma cachoeira propriamente dita, estava mais pra umas quedinhas d’água simples, mas bem bonitas e boas de tomar banho (apesar da água estar bem gelada). Foi super refrescante e relaxante tomar banho lá, além de nos dar mais energia para a viagem de volta. Ah, também conhecemos o Vinícius, que chegou por lá e começou a dar umas piruetas e pulos que nós não tínhamos coragem de fazer, rs. Nos aproximamos e pedi para fazer umas fotos dele. Ele até chegou a nos oferecer carona para voltar para Tubarão, já que ele estava numa caminhonete e, apesar de tentador para nós que estávamos cansados, preferimos dar mais um tempo pelo local. Valeu, Vinícius! 😉
Depois de fazer um lanche, lá pelas 16h20 nós partimos rumo a Tubarão. Demos apenas uma rápida parada no centro de Pedras Grandes para comprar uma água e fomos. O fim de tarde foi bonito e pudemos apreciar a paisagem cheia de morros verdes. Além disso, a maior parte do caminho foi de descidas, para nossa alegria! E quase chegando em casa ainda vimos um belíssimo pôr-do-sol. 🙂
Essa foi nossa experiência em Pedras Grandes – SC! Foi um dia cansativo mas bom e diferente. Achamos que faltam sinalizações de como chegar nas cachoeiras/em locais para tomar banho de rio, pois foi essa falta de informações que nos fez perder tempo e ficar bem mais cansados. Mas no geral, é uma cidade boa, com uma população simpática e que se investir, é um ótimo local para turismo ecológico e rural.
Abaixo um compilado de vídeos que fizemos de nosso dia se aventurando por lá. 🙂