O que aprendemos ao viajar com criança pela Noruega {fotos e fatos}
Decidi falar sobre o que aprendemos ao viajar com criança pela Noruega, mais especificamente com a Amélia. Vocês já vão saber quem é a Amélia. Este post é um compilado dos três posts que está no nosso perfil do Instagram, adaptado para o blog. Achei tão legal que quis deixar por aqui também!
(As fotos desse post são de minha autoria, Gabriela Olem, e são protegidas por copyright. Por favor, fale comigo antes caso queira usar alguma delas, afinal, além de serem propriedade de outra pessoa, são fotos de uma criança e a mãe só autorizou a publicação por minha parte!)
Passamos quase um mês convivendo com a Amélia. Desses, quase dez dias foram na estrada, pedalando e acampando por Lofoten. Eu antes da viagem de bike estava meio incerta de como seria isso de viajar com criança de 4 anos pra lá e pra cá, sem brinquedos e tecnologia pra entretê-la… Será que ela ia ficar chateada rapidamente e emburrada? Bom, pode ter certeza que a Amélia foi a integrante do grupo que mais se divertiu. 🙂
A atitude exploradora e simples da Amélia, como quase toda criança, fez com que ela curtisse todos os lugares que a gente foi. Cada um de um jeito diferente: subindo na árvore, escalando pedras, brincando na areia, pulando na água do rio ou do mar, achando pedra ou mato que virasse brinquedo, ajudando com a fogueira, explorando cantos e interagindo (e muito!) com a gente. E de quebra ela não tinha que pedalar, só ser levada no carrinho (o que é uma vantagem aos nossos olhos, pode ter sido o tédio dela 😅). Aprendi com a Amélia que criança aproveita muito a viagem, sim! Claro que tem dias de humor mais ou menos, mas isso é de se esperar de qualquer ser humano, principalmente de 4 anos de idade. 😌
Ter medo de levar criança pra descobrir novos lugares não faz sentido nenhum e eu vi isso na prática. ☺
A Amélia é uma criança norueguesa de 4 anos de idade e que, apesar de ser filha de brasileira, não consegue se comunicar em português. Algumas palavras e frases ela até entende, mas no geral não dá pra manter uma conversa em português com ela. Isso significa que tivemos um “intensivão” de quase um mês de norueguês! 😅Uma criança da idade da Amélia não está nem aí se você está entendendo ela ou não, ela fala com você e pronto! (e como fala… 😆) Tivemos que nos virar pra compreender o que ela queria nos dizer, pois com o passar dos dias ela interagia mais e mais conosco. Claro que nas brincadeiras de faz-de-conta eu super boiava em 90% das coisas que ela falava e várias vezes eu me resumia a concordar ou dizer “Oy!”, com ar de interessada. 😂 Mas eu fiz um esforço real pra aprender o mínimo e conseguir me comunicar com ela, seja tentando relacionar a ação com o contexto, seja perguntando pra Karina (a mãe dela) ou indo pro google tradutor. Ter estudado alemão antes e saber um pouco de sueco ajudou também. E valeu muito a pena!Foi o máximo fazer amizade com essa pequena aventureira. ♥ Provavelmente da próxima vez que a vermos ela já nem vai lembrar muito de nós, mas as nossas memórias vão permanecer na cabeça e em forma de fotos e vídeos. Ainda bem. ☺ E aqui vai uma #famousquote da Amélia: “Se på meg!” (“Olha pra mim!”), que ela só repetiu umas 98361745 vezes.😜
Na última parte sobre o que aprendemos com Amélia, vamos falar na verdade da Karina, a mãe da Amélia. Karina é brasileira, como nós, mas já mora fora do Brasil há quase duas décadas. Desde a 1ª vez que a vimos pessoalmente (antes da Amélia nascer), a gente sentia a sinceridade e abertura dela para com a gente – esse é o jeito dela mesmo. A 2ª vez que a vimos, ela já tinha a Amélia. Daí a gente conheceu esse lado maternal dela que era um bocado diferente do que a gente costuma ver por aí. A Karina deixa a Amélia fazer uma porção de coisas que 90% das mães que já conheci não deixariam. Não porque ela é irresponsável, mas porque ela acredita na capacidade da Amélia de fazer, de aprender a fazer e de aprender com os erros. Um exemplo interessante foi quando ela desfraldou a Amélia quando ela tinha apenas 6 meses! A gente uma vez falou pra ela que temos vários “mini-infartos” com as coisas que a Amélia faz (subir numas pedras difíceis, usar uma faquinha bem afiada para tirar a casca de um galho, usar o machadinho para partir um tronco, correr por uns caminhos escorregadios/traiçoeiros, e etc). Ela disse que ela também tem “mini-infartos”, mas que ela prefere ensinar como fazer, alertar sobre os riscos e dar espaço para a Amélia aprender – se machucar faz parte do processo, o que ela não quer é colocar a Amélia em uma bolha. E sendo a Karina do jeito que é (adora ficar andando no mato descalça feito um hobbit e cheia de habilidades manuais) seria bem difícil manter a Amélia longe disso. A gente observou na prática isso que ela falou e viu como faz bem para a menina ter essa liberdade. Uma coisa tão simples que é deixar a criança ser criança, mas que hoje em dia é tão comum evitar e deixar o pequeno preso em um apartamento com um tablet na mão, para evitar que ele se suje ou se machuque, ou ficar cobrindo de medo a criança para que ela não faça algo que assuste os pais. Daí viram esses adultos “de apartamento” que tem medo e/ou não sabem fazer um monte de coisas. Com a Amélia e a Karina, eu aprendi um modelo de maternidade que pretendo aplicar quando for minha hora de educar um humaninho. Temos orgulho de ti, @kaoak! 👂🏻👌🏻
Se você gostou desses relatos e reflexões, nos sigam no Instagram (só clicar aqui!), onde postamos com muito mais frequência do que aqui no blog. 🙂
Até a próxima!
Comment ( 1 )